sábado, 27 de julho de 2013

Longe demais


Eu errei com você. Não estou aqui para pedir desculpas, não sou disso, e você sabe, mas essa culpa esta me consumindo por inteira. 
Desde que bati a porta na sua cara me pergunto se fiz a coisa certa. Eu estava confusa. Eu sou confusa. É , isso não é desculpa, eu sei. 
Não entendo como tudo mudou tão de repente. Em um dia eu te amava tanto... Já no outro.. Bem.. Tudo aquilo que eu sentia evaporou. Mas não foi culpa sua, eu juro! 
Entenda, eu não poderia insistir em algo que eu sabia que não iria acabar bem. Eu não acabei com tudo, apenas adiantei o fim. Estender demais a história deixa as coisas cansativas. 
Caramba, essa embolação que nos tornamos me deixou fora de mim! Eu não queria te deixar ir, mas precisava. Te guardar para mim por pura vaidade seria mero egoísmo meu. 
Gritei. Bati a porta. Fui embora sem dizer adeus. Pensei que seria mais fácil, mas não foi. 
Fui covarde o bastante para não conseguir colocar um ponto final descente. Fui covarde o bastante para não conseguir olhar em seus olhos pela última vez. 
Se você tivesse pedido, eu sei que eu acabaria ficando. Por isso corri. Corri tanto que te perdi de vista. E hoje quando olho para trás, tudo que me pergunto é “Será que fui longe demais?”.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Amor... Existe sentimento mais controverso?


Sabe, eu  te amo como nunca amei ninguém, assim como te odeio, como nunca odiei ninguém. Você foi o único que conseguiu preencher tanto espaço no meu peito. Você achou as chaves debaixo do tapete, entrou sem fazer barulho e me deixou um caos.
Desde que você me deixou nessa bagunça, ando mudando algumas coisas de lugar. Não se assuste se não encontrar sua foto na minha estante, ali não era mais o lugar dela. Nunca foi. 
Ontem prometi que não te ligaria. Liguei. Prometi que não iria mais atrás de você. Fui. Prometi não chorar mais por suas besteiras. Chorei. 
 Estou cheia de você! Mais uma palavra e eu transbordo. 
 “Para mim chega!” - digo enquanto olho no fundo dos meus olhos pelo reflexo do espelho. Sei que é mentira. Para algo acabar tem que ter começado, e bem, nós não passamos dessa linha. 
 Poxa, haviam me dito que o amor era lindo. Cadê o seu aroma doce? Morreu sufocado entre o salgado e o amargo, acredito. Uma pena, eu sempre quis entender os mais belos versos das musicas apaixonadas.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Em tempos de mudança

Roupas por todo lado, pilhas de louça na pia... Quando foi que tudo mudou tanto? Olho pela janela e tudo o que enxergo é uma massa cinzenta.  Onde foi parar a minha vista para o parque? Cadê as flores? Os pássaros cantando bem cedinho? Maldita cidade grande!
Costumo confundir angustia com fome, mas que diferença isso faz? Tanto meu coração quanto minha geladeira se encontram completamente vazios no momento.
Não odeio meu passado nem nada do tipo, mas entendam, eu realmente tive que guarda-lo bem no fundo daquela gaveta velha do meu guarda-roupa para seguir em frente. Não foi fácil, mas foi preciso. Como eu poderia sobreviver aqui sabendo que tudo o que construí nos últimos anos está a milhares de quilômetros de mim? 
Começar uma vida nova tem lá seus defeitos, e o maior deles talvez seja encarar uma página vazia. Casa nova. Cabelo novo. Vida nova. Não há rabiscos na parede que te tragam lembranças, não há guloseimas escondidas para seu irmão não comer. Na verdade, não há irmão. Não há ninguém. Não há barulhos na casa, e acho melhor eu me contentar logo com o barulho da televisão. Ameniza um pouco a solidão, bem pouco, mas ameniza.
Um docinho da padaria da esquina para diminuir a tristeza, um passeio de bicicleta para esquecer os problemas, um peixe para me fazer companhia sem criar bagunça... E assim vou completando meus espaços vazios, pouco a pouco, sem pressa e sem medo. Encarar responsabilidades pode ser cansativo, mas acreditem, ainda assim vale a pena você olhar para trás e poder se orgulhar de ter chegado tão longe. 
Com o tempo, ando riscando meus sonhos de criança um a um. Meu apartamento, ok. Um bichinho de estimação, ok. A lista ainda é grande, e sinceramente? Espero que ela nunca tenha fim. Se tem algo que aprendi, é que são justamente as loucas buscas por nossos sonhos que fazem as nossas vidas valerem a pena.
A caixinha ao lado da geladeira aguarda ansiosamente por moedas para minha tão sonhada viagem. Os porta-retratos esperam por novas fotos. A casa adormece na esperança de novos cheiros e pessoas. A garagem espera por um carro. E ainda assim a vida vai seguindo, tudo no seu tempo, com um pouco de receio do amanhã e saudade do passado, mas acima de tudo, com bastante sonhos na bagagem.
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