Você é tão... “sei lá”. Sim, “sei lá” é a definição perfeita. Cheguei a conclusão de que nunca consigo escrever sobre você. Nunca sai meia palavra que faça sentido,
assim como tudo isso que sinto.
Você esqueceu a luz acesa quando saiu. Você acendeu-a e
simplesmente se foi. Levou consigo a chave e me deixou aqui: trancada
eternamente no passado. Malditas luzes que não me deixam dormir, malditas luzes
que sempre me dão esperanças de que um dia você virá, nem que seja para apagá-las.
Na próxima vez que sair, faça um escândalo, quebre tudo,
faça-me te odiar. Mas por favor, nunca saia dizendo um “a gente se vê” se não for retornar para pegar as palavras que você
deixou cair. Nunca saia dizendo “se
cuida”, sabendo que no fundo preciso de você aqui para não surtar. Nunca saia
deixando seu cheiro na casa, se você não faz ideia do quão perturbador é
senti-lo todas as noites enquanto imploro aos céus para não sonhar com você
novamente.
A última vez que te vi, você estava na contramão. Ou talvez
você estivesse no caminho certo e eu fosse a errada da história. Enfim, te vi
abraçado com ela. E aquilo doeu de uma forma estranha. Sua felicidade é a minha
felicidade da forma mais torturante possível. Sempre torci para você estar com quem
quisesse, no entanto implorando que fosse comigo, por mais que eu tivesse
certeza do quanto isso é matematicamente impossível.
Meu ônibus seguiu em frente, mas eu não, e o último segundo
que te vi foi o segundo mais longo de toda a minha vida. Passou por minha
cabeça todas as coisas que eu poderia ter dito, todas as vezes que tive chance de
abrir o jogo, de mudar toda a história... E então te perdi de vista. Para
sempre.